VISÃO ATRAVEZ DO SOM
Os grandes especialistas nesta arte – chamada de
ecolocalização ou biossonar – são os golfinhos e os morcegos. Ambos possuem uma
visão aguçada, que funciona perfeitamente durante o dia, mas normalmente
precisam caçar e se locomover em ambientes com pouca luz. Em tais casos, eles
conseguem enxergar sem utilizar os olhos, emitindo sons de alta freqüência, em
geral inaudíveis para o ser humano. “Essas ondas sonoras batem na presa – e nos
obstáculos à frente – e retornam na forma de ecos, que, por sua vez, são decodificados
como um mapa pelo cérebro do bicho”, diz a bióloga Eliana Morielle, da
Universidade Estadual Paulista (Unesp). Nos morcegos, o grau de precisão
é tão elevado que certas espécies conseguem detectar a presença de um fio
de apenas 0,5 milímetro de espessura em pleno vôo rasante. Nos golfinhos, o
sistema é ainda mais preciso, pelo fato de, dentro d’água, o som se
propagar a uma velocidade 4,5 vezes maior.
Assim, eles conseguem
identificar peixes pequenos a distâncias de até 200 metros. Existem
algumas espécies de pássaros que vivem em cavernas, ou têm hábitos noturnos,
que também desenvolveram uma ecolocalização rudimentar, que só serve para a
locomoção. E até mesmo um ser humano, acredite, pode utilizar a audição para
localizar objetos ou evitar um obstáculo. “Quem é cego de nascença
desenvolve a audição a
tal ponto que esse sentido acaba substituindo, em parte, a visão”, afirma o
biólogo O’Dell Henson, da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados
Unidos.
Caçada no escuro
Sonar permite ao morcego se orientar em ambientes
com pouca ou nenhuma iluminação
VISÃO
AUDITIVA
Existem cerca de 1 000 espécies
de morcegos e quase todas têm a capacidade de se orientar no escuro por meio
das ondas sonoras e seus reflexos. Esse mecanismo de ecolocalização – também
chamado de biossonar – só foi descoberto pela ciência em 1938
BEM
DOTADO
Para que o sonar do morcego funcione
perfeitamente, o cérebro do animal possui
um córtex auditivo extremamente desenvolvido. O sistema
nervoso do bicho é tão sensível que possui até neurônios
especializados em detectar a velocidade da sua presa
Lanche à vista
A distância é medida pelo
tempo que o som leva para ser refletido. Quanto mais rápido o eco voltar, mais
próxima está a presa
A velocidade do inseto
é calculada pelo chamado efeito Doppler: quanto maior a velocidade, maior
a variação na freqüência do som
A partir do ângulo de entrada do
som em seu aparelho auditivo, o morcego consegue
“visualizar” a presa em três dimensões – altura, largura e profundidade
Navegação precisa
Os golfinhos são capazes de nadar à noite ou em
águas turvas graças ao biossonar
FLECHA
SONORA
O animal produz
o som na traquéia e nas cavidades nasais (acima dos olhos). Em seguida, o sinal
sonoro passa por uma camada de tecido gorduroso que serve como uma lente
focalizadora: em vez de se dispersar em todas as direções, o sinal
é emitido para a frente, acompanhando o movimento do golfinho
IDA E
VOLTA
O som que retorna em eco
é absorvido, em grande parte, pelas cavidades do maxilar inferior. De lá,
os sinais seguem até o ouvido e chegam ao nervo auditivo, que desemboca no
cérebro – onde os ecos são interpretados conforme a variação da freqüência e
outras informações
1 - Assim que recebe o eco do
primeiro som emitido, o golfinho gera
outro “clique”. O lapso de tempo entre emissão e recepção permite que o animal calcule
a distância que o separa do obstáculo à frente. Essa variação também
é útil para que o golfinho avalie
outras informações, como a velocidade e o tamanho de uma presa potencial
2 - O cérebro do golfinho é extremamente
ágil para processar as informações relativas à distância e às dimensões do
obstáculo à sua frente e à presa que está perseguindo. Essa sensibilidade
funciona melhor numa faixa de distância entre 5 e 200 metros – e permite que o animal identifique
pequeninas presas de até 5 centímetros
3 - Mesmo nadando em velocidade,
ele consegue se desviar a tempo de prosseguir a caçada. Mas, ao se aproximar do
obstáculo ou da presa, o golfinho precisa
do auxílio da visão ocular. Estudos recentes provaram que golfinhos que não
enxergam com os olhos têm a ecolocalização menos eficiente. Só eles percebem
O biossonar é inaudível para o ser humano
Nós não ouvimos a maior parte dos
guinchos produzidos pelos morcegos, pois a freqüência das ondas sonoras
é muito alta. O som mais agudo que um ser humano consegue escutar tem 20
KHz
freqüência entre 20 e 200 KHz
Os golfinhos também emitem sons que não
conseguimos escutar. Cada “clique” emitido por eles dura, no máximo, 128
microssegundos (1 microssegundo equivale a 1 milionésimo de segundo) freqüência
entre 40 e 150 KHz.
Fonte:http://super.abril.com.br/mundo-animal/animais-enxergam-meio-sons-como-eles-conseguem
http://www.cda.sp.gov.br/Crianca/animais/morcegos.htm
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