quinta-feira, 22 de novembro de 2012


VISÃO ATRAVEZ DO SOM

Os grandes especialistas nesta arte – chamada de ecolocalização ou biossonar – são os golfinhos e os morcegos. Ambos possuem uma visão aguçada, que funciona perfeitamente durante o dia, mas normalmente precisam caçar e se locomover em ambientes com pouca luz. Em tais casos, eles conseguem enxergar sem utilizar os olhos, emitindo sons de alta freqüência, em geral inaudíveis para o ser humano. “Essas ondas sonoras batem na presa – e nos obstáculos à frente – e retornam na forma de ecos, que, por sua vez, são decodificados como um mapa pelo cérebro do bicho”, diz a bióloga Eliana Morielle, da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Nos morcegos, o grau de precisão é tão elevado que certas espécies conseguem detectar a presença de um fio de apenas 0,5 milímetro de espessura em pleno vôo rasante. Nos golfinhos, o sistema é ainda mais preciso, pelo fato de, dentro d’água, o som se propagar a uma velocidade 4,5 vezes maior.
Assim, eles conseguem identificar peixes pequenos a distâncias de até 200 metros. Existem algumas espécies de pássaros que vivem em cavernas, ou têm hábitos noturnos, que também desenvolveram uma ecolocalização rudimentar, que só serve para a locomoção. E até mesmo um ser humano, acredite, pode utilizar a audição para localizar objetos ou evitar um obstáculo. “Quem é cego de nascença desenvolve a audição a tal ponto que esse sentido acaba substituindo, em parte, a visão”, afirma o biólogo O’Dell Henson, da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos.




Caçada no escuro
Sonar permite ao morcego se orientar em ambientes com pouca ou nenhuma iluminação

VISÃO AUDITIVA
Existem cerca de 1 000 espécies de morcegos e quase todas têm a capacidade de se orientar no escuro por meio das ondas sonoras e seus reflexos. Esse mecanismo de ecolocalização – também chamado de biossonar – só foi descoberto pela ciência em 1938

BEM DOTADO
Para que o sonar do morcego funcione perfeitamente, o cérebro do animal possui um córtex auditivo  extremamente desenvolvido. O sistema nervoso do bicho é tão sensível que possui até neurônios especializados em detectar a velocidade da sua presa

Lanche à vista
A distância é medida pelo tempo que o som leva para ser refletido. Quanto mais rápido o eco voltar, mais próxima está a presa

A velocidade do inseto é calculada pelo chamado efeito Doppler: quanto maior a velocidade, maior a variação na freqüência do som

A partir do ângulo de entrada do som em seu aparelho auditivo, o morcego consegue “visualizar” a presa em três dimensões – altura, largura e profundidade



Navegação precisa
Os golfinhos são capazes de nadar à noite ou em águas turvas graças ao biossonar
FLECHA SONORA

animal produz o som na traquéia e nas cavidades nasais (acima dos olhos). Em seguida, o sinal sonoro passa por uma camada de tecido gorduroso que serve como uma lente focalizadora: em vez de se dispersar em todas as direções, o sinal é emitido para a frente, acompanhando o movimento do golfinho

IDA E VOLTA
O som que retorna em eco é absorvido, em grande parte, pelas cavidades do maxilar inferior. De lá, os sinais seguem até o ouvido e chegam ao nervo auditivo, que desemboca no cérebro – onde os ecos são interpretados conforme a variação da freqüência e outras informações

1 - Assim que recebe o eco do primeiro som emitido, o golfinho gera outro “clique”. O lapso de tempo entre emissão e recepção permite que o animal calcule a distância que o separa do obstáculo à frente. Essa variação também é útil para que o golfinho avalie outras informações, como a velocidade e o tamanho de uma presa potencial

2 - O cérebro do golfinho é extremamente ágil para processar as informações relativas à distância e às dimensões do obstáculo à sua frente e à presa que está perseguindo. Essa sensibilidade funciona melhor numa faixa de distância entre 5 e 200 metros – e permite que o animal identifique pequeninas presas de até 5 centímetros

3 - Mesmo nadando em velocidade, ele consegue se desviar a tempo de prosseguir a caçada. Mas, ao se aproximar do obstáculo ou da presa, o golfinho precisa do auxílio da visão ocular. Estudos recentes provaram que golfinhos que não enxergam com os olhos têm a ecolocalização menos eficiente. Só eles percebem

O biossonar é inaudível para o ser humano
Nós não ouvimos a maior parte dos guinchos produzidos pelos morcegos, pois a freqüência das ondas sonoras é muito alta. O som mais agudo que um ser humano consegue escutar tem 20 KHz
freqüência entre 20 e 200 KHz

Os golfinhos também emitem sons que não conseguimos escutar. Cada “clique” emitido por eles dura, no máximo, 128 microssegundos (1 microssegundo equivale a 1 milionésimo de segundo) freqüência entre 40 e 150 KHz.


Fonte:http://super.abril.com.br/mundo-animal/animais-enxergam-meio-sons-como-eles-conseguem
http://www.cda.sp.gov.br/Crianca/animais/morcegos.htm

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